Luiz Maracanã
Por Luiz Gottschall
Fim do meu primeiro ano de vida:
loiro (cabelo branco), pele branca como papel, tranquilão. Chega o Natal e
Mamãe Noel presente meu pai com o CD das Escolas de Samba do Rio de Janeiro. Só
não deu no ano anterior, porque eu estava nascendo, 26/dez. Enfim, esse era um
dos meus primeiros contatos com SAMBA.
Nunca gostei muito da divisão
comercial do SAMBA: Pagode, Samba, Samba de Raiz, Samba-Enredo... Sempre gostei
de todos. Porém, devido ao Maracanã, comecei a utilizar essa divisão para
melhor me comunicar com o público.
Nasci Tricolor Carioca como também
Salgueirense. Tudo isso estava no sangue. Não era questão de escolha, eu nasci
assim: fluminense, salgueiro, samba... Meu pai é carioca.
Viajávamos de carro para Iguaba
Grande e depois Cabo Frio, todos os anos, ao som do presente da Mamãe Noel,
assim como aos populares Martinho, Zeca, Beth e outros sons como Bossa Nova.
Fizemos até um jingle em forma de samba, que cantávamos em voz alta, sempre
quando estávamos perto do Rio de Janeiro: "Só ultrapasse com segurança,
estamos chegando ao Rio de Janeiro, estamos chegando inteiro".
Lembro, que trocava muita figurinha
com minha mãe, quando um dos dois ia a algum samba. Diversas vezes ouvi:
"Filho, hoje fui em um samba, muito bacana. Você precisa ir, sua
cara", assim como eu sempre elogiava aos samba que eu ia. Percebi, que
quando tinha um pandeiro e cavaco, eu já gostava!
Assumo que essa paixão ao samba
aumentou exponencialmente com minhas idas ao Adora-Roda na terça do Calaf. Onde
conheci muitos sambas clássicos e os "sambas-de-raiz".
Enfim, a vida, por intermédio dos
meus avós, pai e Marcelo Sócio, deu-me uma grande oportunidade de fazer o que
eu mais poderia gostar na minha vida: Administrar uma casa de Samba e
Futebol. E com muito esforço e trabalho, hoje, é uma casa bastante
conhecida em Brasília: Choperia Maracanã - 207 norte.
O Maracanã é tão sobrenatural e
mágico para nossas vidas que além de conseguir ouvir e ver bandas que marcaram
minha vida, no Samba, como o Adora-Roda e Maracangalha; o fluminense foi
campeão Brasileiro, depois de mais de 20 anos sem esse título, 2 vezes após a
criação do Maraca de Brasília - com apenas 2 anos e meio de vida do
estabelecimento.
O mais interessante é que meu pai
continua ganhando o CD dos Sambas-enredo das escolas do Rio de Janeiro, todo
natal, pela Mamãe-Noel, que por coincidência, ou não, é minha mãe.
SALVE OS
SONHOS, SALVE O SAMBA!
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